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PORTA DA HUMILDADE

Escrevi este artigo originalmente para a reinauguração da Revista Arautos, da AD Passo Fundo, mas ao que me parece foi postergada para uma data futura. Então, aqui vai mais um texto para você querido leitor do Blog Alchimac.

            Quando você visita Israel é de costume conhecer a cidade de Belém (Beit-Lechem em hebraico), que dista apenas 10 km do centro da capital, Jerusalém; cruzando a fronteira com a Cisjordânia, avançando para dentro da região controlada pela Autoridade Palestina [baixe o livro Diário de Viagem à Terra Santa e conheça mais sobre Israel]. Nesta cidade está erigida a Igreja da Natividade, sobre o tradicional local do nascimento do Senhor Jesus (Yeshua). Originalmente a construção data de 326 d.C. (concluída em 333 d.C.) por ordem do Imperador Constantino. São 1.681 anos de reformas e reconstruções. Uma das igrejas mais antigas em uso no mundo. Já possuiu várias portas, cada imperador aplicou uma remodelagem para registrar o período de seu mandato. A porta atual foi estabelecida pelos cruzados, e tem apenas 125 cm de altura, obrigando as pessoas a se curvarem para terem acesso ao interior da igreja; por esse motivo ficou conhecida como “Porta da Humildade”.
            Inicialmente essa pequena porta servia para impedir o acesso de cavaleiros montados, que profanavam o lugar; mas com o passar do tempo acabou por impetrar o significado de humildade, quebrantamento.
            Ao entrar por esta porta, meu coração foi levado pelo Espírito Santo (Ruach  Hakodesh) a meditar sobre o tema.
            Minha reflexão, limitada pela simples observação, fez-me atentar para os muitos "crentes" existentes em nossas igrejas, que fingem uma sincera devoção a Deus, mas em particular dobram-se perante ídolos modernos, como exemplos: futebol, dinheiro e fama. Zombam deliberadamente da presença de Deus. Pronunciam com lábios mentirosos que "amam a Deus", pregam com euforia a "bondade de Deus", mas no íntimo só encontram-se perversidades. A 2ª Carta a Timóteo, cap. 3 e versículo 5, Paulo já recomendava: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.
            Estes indivíduos "crentes" desconhecem o que é prostrar-se diante daqueles aparentemente sem relevância, pessoas simples que não tem nada a oferecer, que não dão lucro nem produzem boa fama, para servi-los. Agem como super humanos, cheios de soberba. Esquecem que seu destino fatídico é a morte. Parece faltar o entendimento que seus corpos jazerão no pútrido mundo morto e seu cheiro será tão fétido quanto o mais comum dos homens.
            Não fomos criados para bancar os astros reluzentes (pelos holofotes da mídia). Fomos estabelecidos por Deus como ajudadores uns dos outros, pessoas que resgatam pessoas, humanos como você e eu. Enquanto nos ocupamos com ações sem importância, discussões sem sentido e obras inúteis; nos esquecemos de sermos simples como Jesus o foi. Vejamos onde Ele nasceu, como viveu, dado aos cegos e maltrapilhos, conviveu entre pessoas carentes do auxílio divino.
Entrando pela Porta da Humildade
            Somos chamados a valorizar o próximo mais que a nós mesmos, amar o simples e o moribundo, cuidar dos cegos e coxos do caminho. Agindo assim, demonstramos por verdade sermos possuidores do Amor de Deus e detentores da verdadeira humildade.
            Agir com humildade denota Sabedoria, enquanto o Conhecimento já cegou a muitos. Ter conhecimento não significa ter sabedoria; uma pessoa pode ter grandes conhecimentos e agir como um tolo.
            Dizem os filósofos que a humildade é a essência de todas as virtudes. Meu entendimento concorda plenamente com isso, ora, pois, como poderia Deus manifestar os seus dons sobre mentes soberbas e egos inflamados? Mentes medíocres que se consideram em escalas superiores uns aos outros, como se o corpo fosse formado por partes independentes, algumas mais relevantes que outras.
            Que possamos aproveitar esta oportunidade para refletirmos nossas condutas cristãs e examinarmos se estamos seguindo uma vida que realmente agrada ao Eterno Deus. 
            Em suma, para finalizar a reflexão, afirmo que sem humildade a Igreja ruma ao fracasso como "Reino de Deus" e se distancia cada vez mais daquela igreja primitiva estabelecida pelo nosso Senhor Jesus.


Alan Chiamenti Machado
Julho de 2014

www.alchimac.com

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